domingo, 27 de junho de 2010

Agoraísmo

Li um texto de Jacqueline Sobral sobre a necessidade contemporânea de rapidez e velocidade nos serviços. Um novo termo foi inventado para definir essa pressa: nowism . Numa tradução literal é algo como "agoraísmo". É um texto voltado para as questões do mundo corporativo e o objetivo da autora era fazer uma crítica às empresas que vão na contramão do atual nowism.  
Pelo viés da minha profissão, a leitura acabou inspirando algumas reflexões sobre a pressa nas relações humanas hoje. A lógica do "agoraísmo"  determina que, se tudo passa rápido, então é preciso valorizar as experiências do presente, "viver o momento". É o "aqui e agora" vivido segundo a lógica do consumo: "se a sensação é boa, o consumo é imediato". Qual o resultado desse imediatismo nas relações? Uma das coisas que me ocorreu é a produção da necessidade de uma resposta rápida a uma demanda individual. Se o outro demora demais a dar respostas é cobrado ou imediatamente descartado. O tempo do outro não importa, as necessidades do outro não interessam. "Quero tudo ao mesmo tempo agora". Num mundo caótico onde as regras sociais para uma boa convivência são confusas, fica difícil saber quem está desrespeitando quem. 
Todos têm pressa. Quem quer ter que esperar muito pela resposta ao torpedo, ao e-mail, ao recado deixado na secretária eletrônica? Havia um tempo em que não existiam carros. Havia um tempo em que aviões não cruzavam os céus. Havia um tempo em que não existia telefone, televisão e micro-ondas. Havia um tempo em que se esperava dias e dias pela resposta à carta de amor enviada. Talvez, tenha havido um tempo em que um chá de camomila era o suficiente para aplacar a ansiedade. Hoje, nem Rivotril dá conta. Tristes dias. 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

José Saramago

Se tens um coração de ferro, bom proveito. O meu, fizeram-no de carne e sangra todo dia.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Naquele aquário em Pequim a maior atração era o tubarão que se montava de golfinho.